25/07/2011 | N° 2879
OPINIÃO DA RBS
O limite da notícia
A ética do jornalista, ensinou o respeitado Cláudio Abramo, é a ética do cidadão. O que é ruim para o cidadão é ruim para o jornalista. Se tivessem seguido esse princípio elementar de uma atividade que mexe com a vida das pessoas, os profissionais do tabloide inglês News of the World certamente teriam evitado o escândalo que está abalando o império de mídia do australiano Rupert Murdoch, com reflexos em todo o mundo. Mas a responsabilidade não é só dos jornalistas. É, também e prioritariamente, da empresa de comunicação que explorava e estimulava a conduta antiética, caracterizada pela espionagem telefônica e pelo desrespeito à privacidade das pessoas.
Inquestionável é, porém, a necessidade de limites nas informações e nas opiniões. A internet está aí para provar que permissividade absoluta gera deformações, absurdos, calúnias e maledicências de toda a ordem. Como, então, estabelecer regras sem conceder ao Estado este poder? A resposta está na autorregulamentação, na existência de códigos de ética que sejam do conhecimento da sociedade, para que os cidadãos possam cobrar sua observância dos veículos e dos profissionais de comunicação. Mais do que isso: os limites éticos devem ser impostos também pelo público, que tem o direito de selecionar aquilo que deseja ver e ouvir, assim como exigir dos veículos de comunicação um comportamento ético, responsável e construtivo.
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