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domingo, 29 de março de 2009

Eleições para o Piratini 2010

Os principais partidos em atividade no Estado concentram suas forças em costurar alianças.

A intenção de todos é chegar a 2010 com uma coligação competitiva. As legendas miram na costura feita por José Fogaça (PMDB) no ano passado. Para conquistar a reeleição, o prefeito da Capital formou um união inédita na cidade: PMDB, PTB e PDT.

Por conta do seu desempenho, Fogaça se tornou peça central no tabuleiro de 2010. Se optar por renunciar ao cargo e disputar a sucessão da governadora Yeda Crusius, será capaz de mexer até numa aliança sonhada pelo PT. O prefeito, porém, não revela seus planos.
PMDB
A maioria dos líderes só fala em candidatura própria, mas os dois principais nomes impõem barreiras. O ex-governador Germano Rigotto afirma querer o Senado, e o prefeito de Porto Alegre, José Fogaça, diz ter sido escolhido para administrar a Capital.
Com a vitória no ano passado, Fogaça passou a ser mais assediado. Para peemedebistas, o prefeito aceitará concorrer se houver um apelo do partido e de siglas aliadas. Com isso, acreditam, não repetiria o erro de Tarso Genro, que abandonou a prefeitura para disputar uma prévia no partido.
A composição sonhada por alguns líderes seria Fogaça concorrendo ao Piratini, um vice do PTB e Rigotto e um outro nome do PDT na disputa pelas duas vagas de senador. Nesse cenário, o comando da Capital ficaria com os pedetistas. Fogaça tem feito muitos esforços para agradar às duas legendas na prefeitura. Mas, enquanto o quadro sem mantém se definição, surgem outras alternativas. Há peemedebistas que defendem apoio à reeleição de Yeda.

PSDB
Enfraquecido pelo fato de ter emprestado para o governo seus principais quadros, o PSDB aposta todas as fichas na reeleição da governadora Yeda Crusius. Os tucanos, porém, enfrentam o desgaste de estar no poder. Na eleição do ano passado, por exemplo, esperavam eleger 50 prefeitos, mas ficaram apenas com 19 e ainda perderam o comando de Canoas, sua maior vitrina, para o PT.
Mesmo assim, a avaliação no partido é de que Yeda, apesar de erros políticos, segue competitiva – caso contrário não seria alvo de dura campanha dos sindicatos de servidores ligados à oposição. Os tucanos acreditam que a governadora em 2009 fará uma demonstração prática do ajuste fiscal, fazendo investimentos da ordem de R$ 1,25 bilhão. A população verá mais obras e serviços, como a distribuição de medicamentos.
O PSDB teme que o PT amplie sua capacidade de fazer alianças na esteira da experiência do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, mas acredita ter chances de manter PPS e PP como aliados. Não é descartada a união com os democratas, apesar da resistência do vice-governador Paulo Afonso Feijó. Para tucanos, o DEM nacional, que está fechado com José Serra, não permitirá que a política de alianças no Estado seja pautada por uma posição pessoal de Feijó.

PT
Derrotado nas últimas principais eleições majoritárias do Estado, o PT tem dois desafios: escolher um candidato forte e ampliar sua capacidade de fazer alianças. A palavra-de-ordem no partido é evitar prévias a qualquer custo. Está claro para os petistas que a eleição interna deixa fraturas. Derrotado por Maria do Rosário na prévia para escolher o candidato a prefeito, o grupo de Miguel Rossetto foi acusado de não se esforçar pela vitória dela no ano passado. PC do B e PSB, antigos aliados tradicionais, buscaram outro caminho.
Dois nomes aparecem com mais força para o Piratini: Olívio Dutra e Tarso Genro. O primeiro tem mais força dentro da sigla, e o segundo, mais visibilidade por conta do cargo de ministro da Justiça. Há uma terceira corrente que defende a renovação, com a escolha de um nome ainda não testado. Líderes dizem que essa decisão tem de sair este ano para permitir o início das conversas com outros partidos. O PT tem se aproximado do PTB e do PDT.

DEM
Apesar da pressão exercida pela cúpula nacional do partido, os democratas querem lançar candidato próprio à sucessão da governadora Yeda Crusius. O principal nome é o do vice-governador, Paulo Afonso Feijó. O DEM fará duas pesquisas durante o ano para testar a aceitação dos gaúchos ao vice, um nome envolvido em polêmicas desde o início do atual governo.
Outra opção para Feijó é concorrer a deputado estadual ou federal. O DEM nacional deseja ver os diretórios estaduais no palanque do governador paulista José Serra (PSDB), candidato ao Planalto. O presidente nacional do DEM, deputado federal Rodrigo Maia (RJ), visitou Yeda no final de janeiro. Para o presidente da sigla no Estado, deputado federal Onyx Lorenzoni, os democratas gaúchos podem ajudar Serra sem fechar nova coligação com Yeda. Onyx sugere como exemplo uma aliança em torno de Germano Rigotto (PMDB). Nessa hipótese, o DEM exigiria dos peemedebistas apoio a Serra.

PDT
O futuro dos pedetistas está atrelado a uma decisão do prefeito de Porto Alegre, José Fogaça (PMDB). Se ele entrar na corrida pelo Palácio Piratini, o PDT se sentirá comprometido com sua candidatura, uma vez que Fogaça deixará o comando da Capital nas mãos do vice, o pedetista José Fortunati.
Se o concorrente do PMDB for Germano Rigotto ou outro peemedebista, a preferência do PDT se volta para uma aliança com o PT, em respeito à aliança nacional em torno da ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff. Esse cenário tem a simpatia da cúpula estadual do PDT. As duas legendas têm feito movimentos de aproximação, apesar das cicatrizes de embates antigos. PDT e PT compartilham o comando da Assembleia Legislativa, por exemplo.
Em caso de coligação com o PT, os pedetistas vão querer indicar o vice na chapa majoritária. São cotados para a vaga os deputados federais da sigla Enio Bacci, Pompeo de Mattos e Vieira da Cunha. Outro cenário para o PDT seria formar um bloco com PSB e PC do B, mas a possibilidade perdeu forças.

PTB
Trata-se do partido com maior liberdade de movimentação. Os petebistas conseguiram a façanha de participar do comando de Porto Alegre, da gestão Yeda Crusius e do governo Lula.
Os caciques esperam o melhor momento de colocar as fichas. Nenhuma hipótese é descartada. Ainda assim, há quem acredite que o PTB deverá se unir ao PT. Conta a boa relação entre o senador Sérgio Zambiasi e o ministro das Relações Institucionais, José Múcio-, com petistas do governo. Zambiasi reconhece sua disposição em apoiar a ministra Dilma Rousseff, mas diz que o PTB terá liberdade nos Estados.

PP
Os progressistas têm uma preocupação para 2010: não repetir o desempenho das duas últimas disputas pelo Piratini. Nos dois pleitos, a sigla lançou candidato próprio apostando em sua força no Interior, mas obteve péssimo desempenho já no primeiro turno.
A intenção agora é priorizar uma aliança e ter o passe valorizado antes do início da corrida. O sonho da direção estadual é manter o atual bloco do governo, unindo PP, PSDB e PMDB. Os progressistas sabem que isso só seria possível se Yeda não tentasse a reeleição. Caso contrário, os peemedebistas vão lançar um candidato próprio. Sem o PMDB na chapa, o PP poderia indicar o vice de Yeda e preparar um nome para 2014. Outro caminho seria uma aproximação com o PT, mas a hipótese sofre forte resistência em alguns setores.
Fonte: ZH

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